Ataques de Supply Chain - O que é e por que se preocupar.
- Julio Cesar Cunha

- 24 de out.
- 3 min de leitura
O que é ataques de Supply Chain (Ataque a cadeira de fornecedores)?
Os ataques de supply chain consistem em comprometer fornecedores, bibliotecas e serviços que fazem parte da cadeia de desenvolvimento ou de operações, explorando a confiança e os acessos que essas entidades têm aos ambientes das organizações. O texto da Orca Security explica que esse tipo de ataque tem crescido porque as empresas terceirizam cada vez mais componentes de software, serviços em nuvem e conectores de pagamento, ampliando a superfície de ataque. Diferentemente de um ataque direto à infraestrutura de uma empresa, o alvo é o elo mais fraco da cadeia – um fornecedor de software, uma biblioteca de código, um serviço de pagamento que, uma vez comprometido, abre caminho para a invasão de diversos clientes.
O artigo descreve as etapas típicas:
identificação de um fornecedor vulnerável;
comprometimento do código, das credenciais ou do ambiente desse fornecedor;
disseminação maliciosa (por exemplo, via atualização de software ou pacote de código);
uso do acesso confiável para atingir as vítimas finais dentre outros.
Os casos mais conhecidos envolvem empresas globais de TI, fornecedores de software de gestão ou repositórios de código.
Os casos que impactaram o Brasil
No Brasil, 2025 trouxe exemplos concretos. Em um caso, uma empresa provedora de conectividade entre instituições financeiras e sistemas de pagamento sofreu um ataque que explorou credenciais de clientes para acessar contas de reservas bancárias. O Banco Central determinou a suspensão do serviço, mas destacou que o incidente não comprometeu o sistema de pagamentos. A fornecedora relatou que os sistemas críticos não foram afetados. Em outro episódio, hackers usaram credenciais de um fornecedor de TI para invadir o ambiente de pagamentos instantâneos de uma fintech e processar transações não autorizadas no valor de aproximadamente R$ 652 milhões. As transferências foram revertidas, mas o caso levou à suspensão temporária do acesso da empresa ao sistema. Há ainda relatos de golpes em processadores de pagamentos menores, nos quais criminosos exploraram integrações com parceiros para desviar valores em lotes, evidenciando a fragilidade de certos fornecedores.
Esses acontecimentos reiteram os pontos do artigo: Os agentes maliciosos exploram “cadeias confiáveis” para infiltrar-se em ambientes críticos, abusando de credenciais ou atualizações de software. Eles mostram também que a superfície de ataque de uma organização não se limita ao seu próprio código, mas inclui todas as bibliotecas, serviços e APIs de terceiros. Para mitigar tais riscos, a Orca recomenda uma abordagem “shift left”: Incorporar práticas de segurança desde o início do ciclo de desenvolvimento, inspecionar dependências e artefatos de terceiros, aplicar varreduras contínuas em ambientes de nuvem e implementar controle de acesso rigoroso. Uma postura zero trust, com autenticação multifator e princípio do menor privilégio, limita o impacto de credenciais comprometidas. Além disso, é essencial que fornecedores e clientes tenham planos de resposta coordenados e automatizados para detectar rapidamente atividade anômala e revogar acessos.

Os ataques recentes em instituições brasileiras reforçam que essa ameaça não é abstrata. Empresas que intermediam transações financeiras foram utilizadas como ponte para alcançar diversas instituições e movimentar valores altos, apesar das salvaguardas existentes. Os prejuízos vão além do financeiro: A credibilidade do ecossistema de pagamentos e a confiança dos clientes ficam abaladas. Por isso, a prevenção passa por auditorias regulares em fornecedores, testes de invasão em integrações, monitoramento de conformidade e segmentação das redes.
Os ataques de supply chain são complexos e tendem a crescer no Brasil. Juntos, Orca Security e Cylense apoiamos às organizações brasileiras a ter visibilidade completa sobre seus ambientes em nuvem, incluindo a cadeia de fornecimento, com varreduras agentless, detecção de configuração incorreta e análise contínua de vulnerabilidades. Combinando automação de resposta e inteligência aplicada às integrações externas, é possível identificar credenciais comprometidas, bibliotecas maliciosas e configurações inseguras antes que virem porta de entrada. Fale conosco para saber como podemos ajudá-lo a mapear dependências, testar controles e agir proativamente, protegendo sua empresa e seus clientes contra ataques de cadeia de suprimentos.




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